Biografia de Wady

Biografia de Wady – Patrono da Mocidade

A par de suas atividades escolares e das poucas incursões nos sonhos da juventude, pois faleceu com 17 anos apenas, Wadyzinho era o líder incontestável de todos os movimentos beneficentes que se organizavam no Bairro, para o socorro de famílias pobres e de instituições ligadas aos trabalhos sociais. Enfim, estava presente o dinâmico jovem, que trazia o Cristo nos lábios e no coração, em tudo o que significasse caridade e solidariedade humana.

Campanhas de inverno, de Natal, visitas periódicas a lares necessitados, eram parte obrigatória de sua agenda já tão onerada em compromissos que cumulava também junto à Comunidade Unida a Cristo, movimento jovem de inspiração católica, que sob a coordenação do Wady levava aos jovens desorientados a palavra de Jesus, através de reuniões e conferências.

Amoroso, filho alegre, simples, muitas vezes seu pai o surpreendia madrugada a dentro com o quebra-luz aceso, escamoteado, para não despertar os familiares - e também para fugir à admoestação paterna, preparando suas inúmeras conferências a serem proferidas nas reuniões da Comunidade. O Cristo era a tônica de todas as suas palestras.

O início do mês de julho de 1973 absorvia particularmente Wadyzinho devido à campanha de inverno programada para o sábado - 7 de julho. Wady era a empolgação viva a ultimar os preparativos. Contudo, algo prenunciava com surpreendente riqueza de dados que sua partida estava próxima…

Quinze dias antes de sua morte, a mãe passou a sentir indefinível angústia, que a não abandonou mais.

Dois dias antes de seu falecimento, Wadyzinho teve um sonho significativo, em que foi visitado por um anjo que abriu a janela de seu quarto e pediu ao jovem que voasse com ele. Fê-lo e pôde divisar a Terra imponente e bela do alto do Firmamento.

Relatou aos familiares e amigos o sonho e disse-lhes que se ele - Wadyzinho - partisse, era para continuar a viver e não morrer!!!

Na véspera de sua morte, coordenando as últimas providências para a campanha de inverno de que falamos, no colégio, junto de seus colegas, disse-lhes que no fim daquela semana (era uma quinta-feira) ele iria partir para uma viagem muito longa.

A 6 de julho - sexta-feira - dia do falecimento do jovem, os prenúncios continuavam. O Senhor Wady Abrahão chegou para o almoço, chamou o filho para um entendimento e pediu-lhe que tomasse muito cuidado, porque pressentia que alguma coisa iria acontecer com a família naquele dia. Pela insistência da recomendação, o próprio jovem advertiu carinhoso o pai: - o que é isso, meu pai? O senhor nunca foi supersticioso!.

Após o almoço, de hábito com a presença de muitos jovens, colegas de Wady nos trabalhos comunitários, seu pai, alegando indisposição, cancelou a viagem que faria naquela tarde para Sumaré. Foi para o escritório da indústria, próximos da residência, e, ao sair, recomendou ao filho, mais uma vez, muito cuidado para atravessar as ruas…

D. Jandira, também indisposta, cancelou a visita programada à cabeleireira e Axima e o marido saíram a negócios, esquecendo, contudo, documentos que os obrigaram a voltar pouco depois…

Wadyzinho deixou sua casa às 13 horas e 30 minutos em direção ao Colégio Nossa Senhora de Lourdes, onde estudava, e às 15 horas estava morto, vítima de um mal súbito, definido no atestado de óbito como infarto do miocárdio.

O pai, na hora aproximada da ocorrência, sentiu em seu escritório um mal estar inexplicável, que o obrigou a descer rapidamente as escadas do Edifício, sem, mesmo se utilizar do elevador, dirigindo seu carro em direção ao lar, sendo, entretanto, interceptado no caminho por pequena multidão que lhe comunicou estar o filho agonizante no colégio.

Levado ao Pronto Socorro próximo, apesar da massagem cardíaca e de outras técnicas de reanimação, o coração de Wadyzinho não pulsou mais. Eram 15 horas do dia 6 de julho de 1973. Com 17 anos Wady não pôde realizar a campanha de inverno que com tanto carinho programou para o dia seguinte. Seu sepultamento no Cemitério do Brás, apoteose autêntica de respeito e consideração, com centenas de pessoas rendendo-lhe as homenagens últimas, abriu para os familiares às páginas de um livro em branco onde a dor, a saudade e mais tarde o reencontro escrevem palavras de imortal beleza.

As visitas ao túmulo do filho eram constante, a tristeza pairava sobre o conjunto familiar e a filha Axima se desdobrava em cuidados para devolver aos pais a paz de espírito enterrada com o filho.

Amigos da família sugeriram a Axima que levasse os pais até Chico Xavier, o que, de princípio, Axima considerou difícil por serem os pais católicos, sem qualquer conhecimento de Espiritismo. Ocasionalmente, dois meses após a morte de Wadyzinho, Francisco Cândido Xavier visitou o Centro Espírita Perseverança, próximo à Água Rasa e dirigido pela Sra. Guiomar de Oliveira Albanese. Axima convidou o pai para conhecer o Chico, naquela oportunidade.

Os cumprimentos foram rápidos e superficiais, devido à multidão que se aglomeravam na Casa.

Sensibilizado pela bondade de Francisco Cândido Xavier a irradiar-se de suas palavras atenciosas para com todos que o procuravam, o Senhor Wady se animou a ir até Uberaba e conversar com o médium, fazendo-o em novembro de 1973 - 6 meses após a desencarnação do filho. Impôs como condição aos familiares que ninguém se abrisse com o Chico, para que uma eventual revelação fosse realmente verdadeira.

Reunião de sexta-feira prestes a terminar, com o Chico Xavier atendendo a um grupo de pessoas que dele se despediam, participando dessa fila a família Abrahão que não tivera ainda a oportunidade de cumprimentá-lo. Súbito, Chico começa a falar em voz alta: - Axima, Axima, Axima!!!

Axima e os familiares se aproximaram do Chico, adiantando-se na fila e D. Jandira disse-Ihe:

- Sr. Francisco, Axima é minha filha. Viemos aqui porque perdi meu filho, ao que o Chico retrucou:

- Não, a senhora não perdeu o filho. Seu filho é um apóstolo de Jesus. Não disse mais nada, além de convidá-los para a reunião mediúnica da manhã seguinte.

E, na manhã seguinte, 24 de novembro de 1973, a família se completava com a volta do filho querido que escreveu pelas mãos de Francisco Cândido Xavier longa mensagem de reencontro, seis meses após sua morte.

Como já dissemos, o livro de páginas brancas que se abriu com o falecimento do jovem seria agora preenchido com as suas candentes palavras, voltando para o passado as páginas umedecidas pelas lágrimas da saudade.

Do livro: Jovens no Além - Espíritos Diversos, Médium: Francisco Cândido Xavier

Filho de Wady Abrahão e Jandira do Amaral Abrahao. Irmã - Axima Abrahão de Oliveira, casada com Wilson Benedito de Oliveira. Figura querida no Bairro da Água Rasa, na capital paulista, Wady Abrahão Filho se destacava surpreendentemente pelo apego a Jesus que procurava pregar e exemplificar em sua vida simples de adolescente.

Nasceu em São Paulo, no dia 16 de fevereiro de 1956 e desencarnou dia 06 de junho de 1973, também em São Paulo.